Memória dos 100 anos do Cambinda Brasileira

Herdeiros da tradição

Três irmãos, herdeiros dos saberes e mistérios do brinquedo popular. Antônio, José e João receberam do pai, João Padre, a tarefa de manter vivo o maracatu rural mais antigo em atividade ininterrupta do Brasil, valorizando a tradição centenária, sempre com um olhar que vislumbra a posteridade.

O Mestre do brinquedo

O Mestre Anderson Miguel, reconhecido como um dos grandes talentos da nova geração, fala sobre a paixão inerente a cada folgazão e o papel dos novos brincantes na manutenção do folguedo do povo, reconhecendo sempre seus antecessores. Uma relação de amor, memória e alegria, vivenciada em cada passo, canto, baque e poesia.

Preparação do festejo

O Cumbe já se aquece para a festa. Em janeiro de 2018, o mais antigo maracatu rural completará cem anos, celebrando o amor e a resistência de quem vive e milita pela cultura popular. E, para isso, maracatus, cocos, cirandas e cavalos-marinhos de toda a região vão se reunir no Engenho do Cumbe, em Nazaré da Mata, festejando esse marco histórico.

A coroação de Pedro

“Eu entrava escondido no caminhão e, quando ele vinha perceber, eu já estava no centro da cidade”. Pedro Alexandre conta, com orgulho, sobre a relação com João Padre e a sua insistência para participar da brincadeira nos dias de Carnaval, até que se tornou o Rei do Maracatu Cambinda Brasileira.

Proteção aos caboclos

Luiz Fernando releva o ritual sagrado de proteção dos caboclos de lança para os dias de Carnaval. Uma relação de espiritualidade, mistério e sabedoria ancestral que é preservada, geração após geração, dentro do Maracatu de Baque Solto.

Brilho, beleza e força

Versado nas rimas do improviso, o Mestre Barachinha destaca a importância do centenário do Cambinda para a cultura brasileira e fala do papel fundamental que a agremiação exerceu para que se tornasse um dos mais renomados poetas do baque solto.

Foto: Heudes Regis

Esquenta o terno

Catita na rua com suas brincadeiras. O vira-lata em sua cola ajuda a entreter os folgazões ansiosos, enquanto arrecada fundos para a brincadeira poder sair. O terno esquenta. Dentro de casa, inquietude. Entra e sai de gente atarefada. Cada um a par de suas obrigações. Uma fila de caboclos sai do quarto fechado. Reunião secreta. Velada apenas aos guardiões dos mistérios que dão forças à brincadeira. Na parede de troféus: o estandarte, já pronto para o próximo ano. Está coberto. […] Leia mais.

“O objetivo é explicar como se deu a transmissão dos saberes até agora e tentar entender quais são mecanismos utilizados pelos maracatuzeiros para fazer com que o Cambinda Brasileira permaneça nas ruas. As grandes perguntas são: Como eles resistiram cem anos e, daqui prafrente, qual é o plano para existir mais cem?” (Adriana Guarda)

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